Odontogênese

Esta sequência de imagens correspondem a cortes histológicos transversais de dentes em processo de densenvolvimento (Odontogênese). O desenvolvimento dos dentes ocorre por interação entre epitélio e ectomesênquima passando por 5 diferentes fases: botão, capuz, campânula, coroa e raiz. Nas fases de botão e capuz o evento mais evidente é a proliferação celular, que proporciona o aumento do número de células tato do epitélio (que está invaginando) quanto do ectomesênquima (que se condensa abaixo do epitélio). A partir da fase de campânula inicia a morfogênese e a citodiferenciação. Na fase de campânula, o epitélio interno adquire o formato do futuro dente e inicia a diferenciação de ameloblastos e odontoblastos. Na fase de coroa, inicia a amelogênese e a dentinogênese (secreção de matriz de esmalte e dentina). E na fase de raiz, ocorre a diferenciação dos cementoblastos (que formarão o cemento), fibroblastos (que formarão o ligamento periodontal) e dos osteoblastos (que formarão o osso alveolar). (Cortes transversais de dentes em denesenvolvimento; coloração de hematoxilina e eosina)

 

Esta imagem é um corte frontal da cabeça de feto de rato na região onde há um dente em inicio da odontogênese. Há uma invaginação do epitélio oral para o interior do ectomesênquima devida a intensa proliferação celular. Pela sua morfologia, esta fase é chamada de fase de botão. (Corte frontal da cabeça de feto de rato; coloração de hematoxilina e eosina)

 

Maior aumento da imagem anterior na fase de botão. Esta fase é caracterizada por intensa atividade mitótica das células da lâmina dentária formando pequenas esférulas que invadem o ectomesênquima. Assim, não é raro identificar várias mitoses nas células epiteliais. Esta fase é a fase de botão dental. As células periféricas do epitélio são cilíndricas baixas e as do centro assumem formato poligonal. Já as células do ectomesênquima começam a se condensar ao redor da proliferação epitelial. (Coloração em hematoxilina e eosina)

 

Esta imagem é um corte frontal da cabeça de feto de rato onde podemos observar a odontogênese acontecendo. Nesta fase, o epitélio continua a proliferar e o botão dental não cresce mais de maneira uniforme, assumindo assim a forma de um capuz que dá nome a esta fase (fase de capuz). É possível ainda identificar o desenvolvimento do músculo masseter, bem como o início da ossificação do corpo da mandíbula e da maxila que ocorre por ossificação intramembranosa. Já é possível identificar o dente em seu segundo estágio de formação: a fase de capuz. (Corte frontal da cabeça de feto de rato; coloração de hematoxilina e eosina)

 

Esta imagem é um maior aumenta da imagem anterior da fase de capuz. Agora já é possível identificar elementos formadores do dente e seus tecidos de suporte. A parte epitelial do germe é o órgão do esmalte no qual se distingue o epitélio externo (constituído pela porção convexa do capuz), o epitélio interno (pela porção côncava do capuz) e o retículo estrelado (formado por células entre estes dois epitélios). A união do epitélio interno e externo do órgão do esmalte, formando um ângulo agudo é a alça cervical. O epitélio interno do órgão do esmalte dará origem aos ameloblastos que secretarão a matriz de esmalte. O ectomesênquima condensado abaixo do órgão do esmalte constitui a papila dental que dará origem aos odontoblastos (que secretarão a matriz de dentina) e a polpa. O ectomesênquima condensado ao redor do órgão do esmalte constitui o folículo dental que dará origem aos tecidos de suporte e suas células (cemento – cementoblastos e cementócitos, osso alveolar – osteoblastos e osteócitos, e ligamento periodontal – fibroblastos). (Corte transversal da região de formação dos dentes; coloração de hematoxilina e eosina)

 

Esta imagem é um corte frontal da cabeça de feto de rato onde podemos observar a odontogênese acontecendo. Nesta fase, o germe está bem maior e o epitélio interno assumo o formato do futuro dente, neste caso um molar. Esta é a fase de campânula. É nesta fase que ocorre o início de diferenciação de ameloblastos (a partir do epitélio interno) e odontoblastos (a partir das células da papila dental adjacentes ao epitélio interno). Esta diferenciação inicia-se na ponta de cúspides e bordas incisais e progride em direção a alça cervical. O corpo da mandíbula já encontra-se numa fase mais adiantada de ossificação, e já é possível identificar o componente vásculo-nervoso da mandíbula sendo envolvido pelo osso, o que dará origem ao canal mandibular. A essa altura a cartilagem de Meckel já encontra-se bem degenerada. Também é possivel verificar a inserção do músculo masseter no corpo da mandíbula, na altura do primeiro molar. (corte frontal da cabeça de feto de rato; coloração de hematoxilina e eosina)

 

Esta imagem é um corte transversal de um germe de um incisivo na fase de campânula. Observe, na imagem ampliada, o aspecto das células do retículo estrelado separadas umas das outras, mas sem perder o contato entre si. A separação se deve à incorporação de água promovida pelo acúmulo de glicosaminoglicanas, altamente hidrofílicos. Observe também o aspecto dos epitélios interno e externo do órgão do esmalte. Nesta fase as células do epitélio externo tornam-se pavimentosas e as do epitélio interno alongam-se e passam a ser cilíndricas baixas com núcleo central. Logo acima destas células cilíndricas forma-se o estrato intermediário, composto de duas a três camadas de células pavimentosas. A região onde os dois epitélios se unem formam a alça cervical. Na papila dental já podem ser vistos vasos sanguíneos que vão constituir a vascularização da pulpar.

 

Em detalhe, a imagem ampliada próximo da região da alça cervical demonstra a diferença de morfologia entre as células epiteliais: . Epitélio externo: pavimentosas, sendo uma camada única de células . Epitélio interno: células de cúbicas a achatadas, sendo também uma camada única O epitélio externo está em contato com o folículo dentário, enquanto que o epitélio interno está em contato com a papila dentária. (Corte transversal de dente em fase de campânula; coloração de hematoxilina e eosina)

 

Esta imagem é um corte transversal de um germe de um molar na fase de coroa, na coloração de Tricômio de Mallory. Nesta fase ocorrerá a dentinogênese (formação de dentina) e amelogênense (formação de esmalte) e é possivel visualizar a forma da coroa do futuro dente com as projeções das cúspides e/ou borda incisal bem definidas. Pode-se observar os ameloblastos na ponta de cúspide presentes sobre o esmalte que está sendo formado, e os odontoblastos adjacentes a dentina em formação. O esmalte não mineralizado encontra-se em vermelho, dentina em azul. (Corte transversal de dentel em fase de coroa; coloração de Tricrômico de Mallory)

 

Esta imagem é um corte transversal de um germe de um incisivo no início da fase de raiz (Rizogênese). A rizogênense inicia-se a partir da Baínha Epitelial de Hertwig (na região cervical da coroa) e progride em direção apical. É esta baínha epitelial que comandará a formação radicular. Nesta fase ocorrerá a diferenciação de cementoblastos (que produzirão o cemento), fibroblastos (que produzirão ligamento periodontal) e osteoblastos (que produzirão osso alveolar). Para mais informações sobre a fase de raiz, localize o conteúdo de Rizogênese, onde todo o processo de desenvovimento da raiz está detalhado. (Corte transversal de dente em fase de raiz; coloração em hametoxilina e eosina)